Global Point Of Care
HIV POC DAY
TÓPICOS PRINCIPAIS
O HIV, vírus da imunodeficiência humana, ainda carrega um peso social desproporcional ao seu atual manejo clínico. Em pleno século XXI, com avanços extraordinários no diagnóstico, tratamento e prevenção, é provocador pensar que o maior inimigo do combate ao HIV talvez não seja mais o vírus em si, mas o estigma que o cerca. A infecção, que ataca o sistema imunológico e pode evoluir para a AIDS se não tratada, hoje é controlável com antirretrovirais que permitem ao paciente viver com qualidade e expectativa de vida semelhantes às de pessoas sem o vírus. E mais: o diagnóstico precoce tornou-se significativamente mais acessível com o uso de tecnologias point of care e com a possibilidade de descentralização desse teste. A oferta de testes rápidos em unidades básicas de saúde, serviços itinerantes, ações comunitárias e autotestes representa um divisor de águas na detecção precoce da infecção, especialmente entre populações vulneráveis. Com resultados rapidamente disponíveis e sem necessidade de estrutura laboratorial, esses testes ampliam o alcance do diagnóstico e aproximam o cuidado da realidade cotidiana das pessoas.
Essas estratégias são essenciais para alcançar a meta 95-95-95 estabelecida pela Organização Mundial da Saúde: até 2030, espera-se que 95% das pessoas vivendo com HIV saibam seu diagnóstico, 95% dessas estejam em tratamento antirretroviral e 95% das que tratam atinjam carga viral indetectável. Essa meta ambiciosa é mais do que um número — é um compromisso global com o fim da epidemia de AIDS como problema de saúde pública. Mas, diante de tantos recursos e metas claras, por que o medo, a vergonha e a desinformação ainda afastam tantas pessoas do teste? A resposta está na necessidade urgente de humanização, empatia e educação. Lutar contra o HIV é mais do que oferecer medicamentos — é combater preconceitos, ampliar o acesso e transformar informação em poder.