Global Point Of Care
As infecções nosocomiais são preocupações de todo hospital, especialmente dos que têm maior porte. Para termos uma noção da magnitude do problema, um relato da OMS estima que cerca de 10% dos pacientes internados serão acometidos por elas. Para controlá-las e evitar as floras mais agressivas e resistentes, felizmente contamos com as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Se você já trabalhou ou trabalha em um hospital, é muito provável que tenha lidado com esse departamento. A CCIH atua principalmente auxiliando na antibioticoterapia e promovendo medidas para frear a transmissão de infecções hospitalares, dada a relevância do tema, elas vêm ganhando cada vez mais importância nas instituições.
A adesão às ações do departamento depende da própria compreensão da importância do tema. Por isso, falaremos neste texto sobre a relevância da CCIH, especialmente considerando nosso panorama epidemiológico atual da pandemia pela Covid-19. Continue lendo para saber mais.
A pandemia pela Covid-19 levantou um tema muito debatido pelas CCIH, mas ainda pouco difundido: o risco de lidarmos com um microorganismo para o qual não há vacina ou tratamento eficaz.
O perigo é o mesmo quando olhamos para as infecções hospitalares. A maioria dos protocolos as define como novas infecções após 48h em um hospital, o que indica que provavelmente o patógeno causador veio da própria instituição e não de uma transmissão comunitária.
Essa definição muda completamente a compreensão do quadro e a maneira como lidamos com ele. Microorganismos hospitalares estão diariamente sendo expostos a antibióticos e, portanto, há uma pressão seletiva que predispõe à resistência a eles. O problema é que, diferentemente do coronavírus, as infecções hospitalares geralmente são bactérias muito mais agressivas e letais.
Se analisarmos historicamente, veremos como a situação é grave e caminha para um futuro obscuro. Para compreendermos esses riscos, analisaremos especificamente o histórico de um antibiótico e uma bactéria: a penicilina e o Staphylococcus aureus.
A penicilina foi um marco na história da medicina. Descoberta pouco antes da Segunda Guerra Mundial, ela foi fundamental para tratar infecções de soldados e se popularizou no período pós-guerra. Desde então, nossa compreensão sobre os microorganismos cresceu exponencialmente e hoje temos mais de 100 classes de antibióticos.
Em seus primeiros anos, a penicilina tinha uma eficácia excelente contra diversos patógenos, especialmente aqueles que categorizamos como Gram-positivos, grupo no qual o S. aureus se encaixa. Em algumas décadas, no entanto, essa bactéria começou a criar resistência contra a penicilina tradicional. Em 1959, criamos a meticilina, introduzida especialmente para as S. aureus resistentes à penicilina. No entanto, não tardou para que a mesma bactéria também criasse resistência contra a meticilina. Apenas 2 anos após a aprovação da droga, a primeira cepa resistente já havia sido documentada. Em 1961, surgiu a Stahylococcus aureus resistente à meticilina, amplamente conhecida como MRSA.
Atualmente, contamos com outras drogas que cobrem a MRSA. O tratamento inicial geralmente é à base de vancomicina, mas ela não está imune à caminhada implacável da resistência. Na década de 90, identificamos cepas de S. aureus resistentes à vancomicina, patógenos que chamamos de VISA. Hoje, já temos bactérias resistentes tanto à meticilina quanto à vancomicina. A essas bactérias multirresistentes damos o nome de superbactérias.
A pergunta que causa calafrios nos epidemiologistas é: o que faremos quando chegarmos ao ponto de disseminação de bactérias para as quais há pouco ou nenhum tratamento? Conseguiremos acompanhar o ritmo da evolução e criar um número indefinidamente maior de antibióticos modernos?
Não temos as respostas para essas perguntas. Nos cabe agora, o dever de frearmos as infecções hospitalares e postergar (senão evitar) o surgimento dessas superbactérias. Por isso, existem as comissões especializadas em infecções hospitalares.
É importante frisar que cada hospital tem sua própria flora de patógenos, geralmente investigada pela CCIH. Por isso, os protocolos variam e a realidade pode ser diferente em cada instituição. A seguir, detalharemos outros patógenos comuns causadores de infecções hospitalares, além da MRSA. Confira.
Embora o habitat da Pseudomonas seja o solo, sua habilidade de sobrevivência em ambientes hostis a deixa confortável nos hospitais. Ela é uma causa relevante de infecções de trato urinário, pneumonia e sepse, especialmente nos idosos. Outros quadros típicos de infecção pela Pseudonomas aeruginosa são otites externas, classicamente em nadadores, e ceratites causadas por lentes de contato.
Enterococos são bactérias Gram positivas que colonizam o aparelho digestivo e urinário. Por isso, eles geralmente estão relacionados a infecções oportunistas, ou seja, aquelas que ocorrem quando o sistema imune está debilitado e permite o avanço agressivo da bactéria. As cepas resistentes à vancomicina atraem especial atenção da CCIH, visto que esse é um dos tratamentos padrões para os enterococos.
Os carbapenêmicos são antibióticos considerados de largo espectro, geralmente reservados para infecções hospitalares ou resistentes. Por esse motivo, as KPC também levantam preocupação: são bactérias Gram-negativas que produzem substâncias chamadas de carbapenemases, que inativam essas drogas e tornam a bactéria resistente. A ascendência das KPC é relativamente nova, tendo sido descrita após os anos 2000.
Apesar de o nome envolver uma bactéria específica (a Klebsiella pneumoniae), frequentemente também entram nessa categoria outros Gram-negativos produtores de carbapenemase. Alguns fatores que predispõem essas infecções são trauma, ventilação mecânica e permanência prolongada de cateteres venosos e urinários.
A CCIH é crucial para definir o perfil microbiológico do hospital e estabelecer protocolos de tratamento. Sem ela, o médico assistente não teria parâmetros para entender a probabilidade de lidar com um patógeno resistente às drogas tradicionais. Além disso, as medidas da CCIH visam reduzir a transmissibilidade desses microorganismos causadores de doenças hospitalares. Com isso, é teoricamente possível romper a cadeia de transmissão e, no melhor dos casos, eliminar o patógeno resistente. Por isso, é fundamental que sigamos suas recomendações e tomemos os cuidados, especialmente com pacientes com isolamento de contato ou isolamento respiratório.
As infecções hospitalares são problemas frequentes em hospitais de todo o mundo. Felizmente, contamos com profissionais especializados em controle de infecção hospitalar. Seguir suas orientações é fundamental para tratar corretamente essas doenças e evitar o surgimento de patógenos multirresistentes. Se você gostou de conhecer mais sobre a CCIH, certamente seus colegas também se beneficiarão. Por que não aproveita a visita e compartilha este conteúdo em suas redes sociais?
Link de referência https://www.rededorsaoluiz.com.br/hospital/vivalle/noticias/artigo/voce-sabe-o-que-causa-a-infeccaohospitalar
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https://www.tuasaude.com/o-que-e-infeccaohospitalar/#:~:text=A%20infec%C3%A7%C3%A3o%20hospitalar%2C%20ou%
20Infec%C3%A7%C3%A3 o,a%20procedimentos%20realizados%20no%20hospital.
Link de referência http://www.saudedireta.com.br/docsupload/13403639784552_58.pdf
Link de referência
http://www.mv.com.br/pt/blog/infeccao-hospitalar--entenda-o-que-e-e-suas-principais-causas-no-brasil-eno-mundo
Link de referência
https://www.efdeportes.com/efd182/bacterias-causadoras-de-infeccao-hospitalar.htm
Link de referência https://vidasaudavel.einstein.br/infeccao-hospitalar/
Link de referência http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/atm_racional/mod
ulo3/ambiente3.htm
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