Pontos de vista

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Por que a medicina diagnóstica é tão importante na adesão ao tratamento?

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Não há dúvidas de que as tecnologias têm encaminhado o mundo a uma grande evolução, impactando não apenas o modo como vivemos, mas também as áreas de conhecimento. A ciência, logicamente, é uma das mais afetadas. O resultado disso é uma medicina diagnóstica também avançada.

Os profissionais da saúde já contam com recursos otimizados e exames mais sensíveis que auxiliam no diagnóstico médico. Isso é de grande valia, pois prescrições e tratamentos dependem de um resultado claro, para que o paciente seja assistido adequadamente. O mundo ganha, sobretudo, na qualidade de vida. O melhor é que quanto mais evoluímos nisso, mais percebemos que é apenas o início.

Conversamos com o Dr. Marcelo Augusto Okamura, médico do SAMU e da CCR ViaSul, que nos contou um pouco sobre sua visão em relação às últimas transformações e a relevância de um diagnóstico rápido. Confira!

Evolução da medicina diagnóstica

A medicina diagnóstica não para de evoluir e de proporcionar resultados cada vez mais precisos. Prova disso, são alguns equipamentos que têm auxiliado nas últimas décadas: máquinas de raio-x, ultrassom, tomografia computadorizada, cintilografia, ressonância magnética. Olhando para um passado não muito distante do diagnóstico por imagens, podemos relembrar algumas transformações:

  • na década de 80, equipamentos identificavam lesões entre 2cm e 5cm;
  •  nos anos 90, já foi possível detectá-las nas dimensões entre 0,5cm a 1cm; 
  • a partir de 2005, a detecção já era possível em lesões menores de 1 milímetro.

Exames laboratoriais também entram nesse progresso. Em um breve histórico, podemos relembrar:

  • em 1892, tivemos, no Brasil, o marco do diagnóstico da peste bubônica; 
  • em 1941, vimos ser lançado o primeiro teste de glicose na urina; 
  • nos anos 1980, surgiram os testes imunocromáticos para identificar hCG na urina

Dr. Okamura comenta um pouco sobre sua experiência nesse sentido: “antigamente, era comum a realização de testes terapêuticos para estimar a possibilidade de diagnosticar algumas doenças. Em outras situações, havia atraso na confirmação de um caso clínico. Essa longa espera acarretava a piora do paciente”.

A demora para encontrar resultados sempre trouxe apreensão para pacientes e médicos. Hoje, felizmente, já temos repercussões diferentes. Podemos contar, por exemplo, com os exames Point of Care (POCT), capazes de realizar um diagnóstico molecular e descobrir, em poucos minutos, a existência e as espécies de bactérias e vírus.

O monitoramento remoto de pacientes, em tempo real, também já é uma realidade presente no cotidiano de muitos. Equipamentos medem pressão arterial, batimentos cardíacos e nível de oxigenação, enviando dados a prontuários eletrônicos e conseguindo, assim, prevenir complicações. Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, têm se beneficiado desse progresso.

Do lado do paciente, também percebemos o aumento do estímulo pelo autocuidado. Com informações disponíveis na Internet, ele toma iniciativa de buscar conhecimento junto aos especialistas e prioriza a saúde preventiva. O que pode representar um ganho para todos!

A importância da medicina diagnóstica para o sucesso do tratamento

A avaliação clínica baseada na propedêutica médica é muito bem vista aos olhos de especialistas, como o Dr. Okamura. Contudo, ele também enxerga muita relevância nos recursos modernos que entregam rápidos resultados e possibilitam uma ação antecipada.

“Em minha área de atuação, a medicina diagnóstica representa uma aliada à assistência de pacientes críticos, sobretudo na fase pré-hospitalar. A detecção precoce de um trauma abdominal fechado, por meio de exames Point of Care de ultrassonografia, bem como a dosagem de lactato em pacientes com Sepse, por exemplo, aumenta as chances de sobrevivência”.

Assim, na visão dele, prescrições e tratamentos tendem a propiciar melhores resultados. “A maior vantagem é a agilidade na interpretação clínica. Os exames Point of Care, por exemplo, permitem uma escolha mais certeira para o paciente à beira de leito ou no ambiente pré-hospitalar”.

“Além disso, em situações atuais como a pandemia por COVID-19, a triagem e o acompanhamento de pessoas com doenças crônicas, permite a criação de indicadores de saúde fundamentais para as estratégias de mitigação do vírus”.

Principais tendências do setor

Com a evolução da Ciência, do conhecimento da medicina e das tecnologias, o avanço na medicina diagnóstica é contínuo. Algumas tendências no setor são: mais interação com máquinas e mais segurança. Entenda!

Mais interação com máquinas

Dr. Okamura tem expectativas positivas em relação ao futuro. Em sua visão, contaremos com menos limitações físicas, o que será favorável à saúde: “a possibilidade de estar em plena integração com a telemedicina e de usufruir dos registros pessoais de saúde (PHR, Personal Health Recorder) fortalecerá o acesso às informações essenciais, para uma tomada de decisão rápida e precisa, baseada em sistemas preditivos”.

Tais sistemas preditivos serão possíveis devido à chegada da saúde 4.0, com implementação de big data e machine learning. A partir dos estudos de padrões, da análise de uma grande quantidade de dados complexos e de algoritmos, os médicos terão experiências melhores em seus diagnósticos. O PHR, citado há pouco, é uma espécie de prontuário eletrônico, com registros médicos centralizados, que fica sob a gestão do usuário. Além da maior transparência, todas as informações importantes, do histórico de vida, ficam disponíveis aos médicos.

Mais segurança

Contudo, há, também, cuidados a serem tomados, o que pode representar um desafio à Medicina: “a segurança dos dados do paciente, bem como a integração deles, por meio das diferentes soluções tecnológicas de informação e comunicação”, opina Dr. Okamura. Isso implicará, então, mais investimento em sistemas de proteção.

Bem, apesar da integração com tanta tecnologia propiciando agilidade e qualidade, o papel do médico ainda será importante para a medicina diagnóstica, já que provém dele a interpretação humanizada e a promoção de tratamentos e prescrições. Caberá ao profissional, sobretudo, preparar-se às transformações contínuas da ciência e da tecnologia..

Referências

Dr. Marcelo Augusto Okamura, médico do SAMU e da CCR ViaSul

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